Dia da Gestante: Secretaria de Saúde destaca o fluxo de atendimento pelo SUS no Pará

Dia da Gestante: Secretaria de Saúde destaca o fluxo de atendimento pelo SUS no Pará

15/08/2021 Off Por Roberta Vilanova

Acompanhamento pré-natal é essencial para tratamentos precoces

Em 2019, nasceram 138.341 crianças no Pará, o que corresponde a 3.478 nascidos a menos se compara-se ao ano anterior, segundo estatísticas do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc), do Ministério da Saúde (MS). Os dados indicam o quanto são importantes as políticas públicas voltadas ao atendimento das mulheres no período gravídico puerperal no Estado.

No Dia Nacional da Gestante, celebrado neste 15 de agosto, a Secretaria de Saúde do Pará (Sespa) ressalta a importância de a mulher conhecer o fluxo de atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e os direitos que envolvem uma série de garantias, da atenção obstétrica ao cuidado hospitalar e à necessidade de se realizar, gratuitamente, exames de rotina e específicos.

A Sespa orienta à gestante que busque a unidade de atenção básica mais próxima da residência dela assim que descobrir ou suspeitar de gravidez para consulta, avaliação e inscrição no pré-natal. O ideal, informa a secretaria, é que seja até a 12ª semana de gestação.

“O objetivo do acompanhamento pré-natal é assegurar o desenvolvimento da gestação, permitindo o parto de um recém-nascido saudável, sem impacto para a saúde materna, inclusive abordando aspectos psicossociais e as atividades educativas e preventivas”, frisa a direção da Sespa.

De acordo com a Secretaria de Saúde do Pará, durante o acompanhamento pré-natal a gestante tem direito de realizar pelo SUS os testes rápidos na unidade básica de saúde (gravidez, sífilis, HIV, Hepatite B e C), assim como apoio laboratorial, garantindo a realização dos seguintes exames de rotina: VDRL/RPR, sorologia para HIV I e II; dosagem de hemoglobina (Hb) e hematócrito (Ht); grupo sanguíneo e fator Rh; teste de Coombs; glicemia em jejum; teste de tolerância com sobrecarga oral de 75g de glicose em 2 (duas) horas (dextrosol); exame de urina (tipo I); urocultura com antibiograma; parasitológico de fezes; PCCU, bacterioscopia do conteúdo vaginal; eletroforese de hemoglobina.

Esses exames são importantes, pois podem diagnosticar problemas de saúde materna e identificar doenças como a sífilis e HIV, doenças sexualmente transmissíveis que podem passar da gestante para o bebê durante a gravidez. Em caso de teste positivo para sífilis, a gestante e seu parceiro devem ser tratados o mais precocemente possível.

O teste de HIV, identifica o vírus causador da Aids, que pode ser transmitido da mãe para o filho durante a gravidez, o parto ou a amamentação. Quanto mais cedo iniciar o tratamento, maior a chance de a mulher e seu bebê ficarem saudáveis. A mãe que for portadora do vírus HIV ou HTLV não deve amamentar o bebê. Por conta disso, ela tem o direito de receber substituto de leite e/ou formula láctea gratuitamente pelo SUS, até a criança completar seis meses ou mais.

Durante o acompanhamento pré-natal a gestante tem o direito, assegurado pela Lei nº 11.634 de 2007, de ser informada, pela equipe do pré-natal, sobre qual a maternidade de referência para seu parto e de visitar o serviço antes do nascimento da criança e através da Lei nº 11.108, de 07 de abril de 2005, mais conhecida como a Lei do Acompanhante, determina que os serviços de saúde do SUS, da rede própria ou conveniada, são obrigados a permitir à gestante o direito à presença de acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto de livre escolha da parturiente.

Atendimento Garantido – No fluxo de atendimento em média complexidade às gestantes no Pará, a Sespa mantém a Unidade de Referência Materno Infantil e Adolescente (Uremia), em Belém, para onde são encaminhadas pacientes já avaliadas nas Unidades Básicas de Saúde e que apresentam alguma alteração ou doença que seja classificada como Alto Risco Gestacional.

“Geralmente, a gestante vem encaminhada para a Uremia por doenças preexistentes que oferecem riscos a ela e ao bebê, como diabetes, hipertensão arterial, cardiopatias, neuropatias, e ainda situações de infecções e/ou sorologias positivas, como HIV, sarampo, rubéola, toxoplasmose, citomegalovirus bem como gravidez na adolescência associada à comorbidade ou alteração do estado psicológico que ofereça risco à mãe e filho”, relata Alan Franco, diretor da Unidade.

Em média, 350 gestantes são atendidas por mês na Uremia mediante 600 consultas, incluindo retorno. Para a gestante encaminhada à Uremia são oferecidos atendimentos médicos especializados; acompanhamento com equipe multiprofissional formado por enfermeiras, psicólogas, nutricionistas, assistentes sociais e fisioterapeutas; testagem rápida para sífilis, HIV e hepatites B e C, exames laboratoriais e de imagem, além de vacinação, antropometria e controle de sinais vitais.

Entre os hospitais estaduais públicos de alta complexidade que são referência para atendimento às gestantes no Estado, estão a Fundação Santa Casa de Misericórdia, em Belém, e o Hospital Regional Abelardo Santos, no distrito de Icoaraci, também na capital paraense. A Clínica Obstétrica da Fundação Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (FHCGV) atende, mediante referência, gestantes cardiopatas, com problemas renais e psiquiátricos.

Considerando o contexto atual de pandemia do Covid-19, sabe-se que as gestantes representam grupo de risco para o desenvolvimento de infecção, baseado na observação dos altos índices de complicações, incluindo mortalidade, em mulheres no ciclo gravídico-puerperal com infecções respiratórias, inclusive por outras doenças respiratórias, como a influenza H1N1.

“Sendo assim é necessário manter as medidas de precaução em relação às gestantes e puérperas, principalmente as gestantes com comorbidades com maior risco de desenvolvimento de complicações graves. Ressalta-se que toda grávida deve procurar atendimento no serviço de saúde se tiver febre, tosse, dor de garganta ou qualquer sintoma gripal e manter o acompanhamento pré-natal de rotina”, recomenda a coordenadora de Saúde da Mulher da Sespa, Nicolli Vieira.

Texto: Mozart Lira/Sespa