Especialista do Natea da Policlínica Lago de Tucuruí alerta para sinais de autismo na infância

Especialista do Natea da Policlínica Lago de Tucuruí alerta para sinais de autismo na infância

14/06/2024 Off Por Roberta Vilanova

TEA pode ser caracterizado pelo desenvolvimento atípico no comportamento da comunicação e interação da criança

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado por comportamentos fora do comum e indicados com sinais de déficits na comunicação e na interação social. Com a prevalência no sexo masculino, os indícios podem ser percebidos nos primeiros meses de vida da criança, sendo o que o ideal é o diagnóstico estabelecido por volta dos 3 anos de idade.

Katya Barros, especialista do Núcleo de Atendimento Transtorno do Espectro Autista (Natea), da Policlínica Lago de Tucuruí, explica que os padrões de comportamentos repetitivos e estereotipados, podem ser um sinal de autismo. A unidade do Governo do Estado é referência em atendimento de saúde especializada, no sudeste paraense.

“Os sinais são neurológicos e podem interferir com a aquisição, retenção ou aplicação de habilidades ou conjuntos de informações específicos. Com sintomatologia voltada para a dificuldade na interação social, comunicação e linguagem e rigidez de comportamento, ou seja, quando as coisas têm de ser exatamente como eles querem”, explica Katya Barros, psicóloga do Natea.

A criança pode apresentar movimentos repetitivos do corpo, como bater a cabeça, balançar as mãos e os braços com frequência. Pessoas com autismo também podem ter sensibilidade aos estímulos sensoriais como luzes brilhantes, ruídos altos, texturas de alimentos ou toques físicos.

A psicóloga também alerta que outros sinais que podem aparecer são a dificuldade na compreensão e na expressão de emoções; dificuldades na rotina do sono, como insônias, acordar várias vezes durante a noite ou mesmo, ter dificuldades para adormecer.

Dificuldades na fala também podem indicar o autismo, assim como, a coordenação motora comprometida. Algumas crianças, por exemplo, podem ter dificuldades com habilidade do dia a dia, como amarrar os cadarços dos sapatos, segurar o lápis, praticar esportes e, até mesmo, usar talheres corretamente.

Algumas pessoas com o aspecto autista também podem se interessar por temas característicos de forma mais acentuada que as outras. Mantendo um interesse fixo e intenso por assuntos e áreas específicas, as memorizando e falando intensamente sobre o tema.

Diagnóstico – Katya Barros destaca também que é ideal que o diagnóstico seja fechado por volta dos 3 anos de idade. “Ele se dá através de avaliação neuropsicológica e avaliação neurológica”, diz a especialista.

Uma vez que o diagnóstico tenha sido concluído, a família deve seguir firme com a realidade apresentada. “Deve-se focar nas habilidades da criança e buscar conhecer o que é o TEA e as terapias de reabilitação. Embora não tenha cura, a pessoa pode ser tratada precocemente e o desenvolvimento da criança será grande na aquisição de habilidades sociais e do aprendizado”, garantiu a especialista.

Também é necessário mudanças na rotina. “A família deve trabalhar como continuidade das atividades realizadas em terapia e da escola, buscar introduzir novas práticas e rotinas capazes de estimular o funcionamento do cérebro, promover a interação social e a independência da criança”, concluiu.

Desafios – A mãe de José Henrique, Suelen Ramos, de 36 anos, lembra dos primeiros sinais apresentados pelo pequeno, hoje com 3 anos. “Ele já falava algumas palavras como ‘mama’, ‘mingau’, dava tchau, mandava beijo e, simplesmente, parou. José já não atendia mais pelo nome”, comentou a manicure.

Suelen disse que quando recebeu o diagnóstico, já suspeitava do resultado, pois os sinais no comportamento do menino já davam indícios do TEA. “Mesmo assim ainda foi um baque. A rotina familiar foi totalmente alterada. Tive de me moldar a ele e tentar me adaptar aos comportamentos e crises. O Natea foi o passo inicial ao tratamento”, afirmou.

A unidade do Governo do Estado é referência em atendimento de saúde especializada, no sudeste paraense

Atendimento – A unidade é gerenciada pelo Instituto Social e Ambiental da Amazônia (ISSAA). Para acesso ao atendimento no Natea pela primeira vez, os municípios da área de abrangência do complexo regulador estadual regional devem realizar a solicitação via sistema de regulação ambulatorial, direcionada à especialidade identificada como Pediatria – Natea, que é a especialidade definida como porta de entrada do serviço e atende exclusivamente a demanda do público do Natea e coordena o fluxo de encaminhamentos internos de acordo com as necessidades específicas de cada usuário.

O funcionamento da Policlínica Lago de Tucuruí é de segunda a sexta-feira, das 07 às 19h. O serviço de hemodiálise também funciona aos sábados, em dois turnos. A unidade fica na Avenida Raimundo Veridiano Cardoso, nº 1008, no bairro Santa Mônica, e o funcionamento é realizado 100% gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Texto: Ascom/Poli Lago de Tucuruí