Especialistas da Poli Lago de Tucuruí evidenciam convivência com o autismo

Especialistas da Poli Lago de Tucuruí evidenciam convivência com o autismo

10/04/2024 Off Por Roberta Vilanova

Natea funciona na Policlínica Lago de Tucuruí

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que 1 em cada 160 crianças no planeta pode ter Transtorno do Espectro Autista (TEA). Apesar de ser mais comum do que se imagina, o diagnóstico é um momento delicado para a família. Através do Governo do Estado do Pará, em Tucuruí, a Policlínica Lago, no sudeste paraense, dispõe de atendimento tanto aos pacientes, quanto aos seus pais e familiares, os ajudando a enfrentar momentos delicados e desafiadores.

No primeiro momento, é preciso reorganizar a rotina para suprir as necessidades e o bem-estar da criança e da família em geral. “Deve-se agir com tranquilidade. O diagnóstico não é o fim, mas o início de uma nova caminhada. Deve-se focar nas potencialidades e habilidades que devem ser desenvolvidas”, disse o psicólogo do Natea, Pedro Souza.

Para compreender as particularidades do autismo e se impor em situações do cotidiano de desrespeito e desvalorização, o profissional ainda acrescenta. “A importância de busca por adequação dos espaços no cotidiano melhora a produtividade e a capacidade do autista para lidar com as situações. Tarefas simples, como pegar um ônibus ou organizar atividades do cotidiano. O comportamento é a parte mais observada no ser humano em sociedade”, frisa.

Natea de Tucuruí atende pacientes de dois a 18 anos de idade

Diagnóstico –Ele explica que os atendimentos com a equipe multiprofissional do Natea, são direcionados a pacientes já diagnosticados que já se encontram elegíveis a passar pelas avaliações necessárias para elaboração do seu plano terapêutico específico. “A criança quando chega no Natea já vem com diagnóstico, pois a etapa diagnóstica é de atribuição da atenção primária – que pode contar com suporte da atenção especializada – mas de regra se inicia na Unidade Básica de Saúde (UBS), onde após diagnóstico, é encaminhado via regulação e depois direcionado ao atendimento especializado. Não trabalhamos com avaliação para definir diagnóstico, mas para elaboração de plano terapêutico de intervenção”, disse.

Ao ser inserido na unidade, o paciente é avaliado e aplicado ao tratamento através das técnicas: Fatea, VB-MAPP e Socially Savvy. A primeira, é uma avaliação preliminar do transtorno do espectro autista. “È um instrumental de anamnese realizado com os pais no início do processo de avaliação de entrada no Natea”, a coordenadora do Natea Katya Barros .

Já o VB-MAPP – Verbal Behavior – Milestones Assessment and Placement Program- é uma avaliação de marco do comportamento verbal e Programa de Nivelamento que compreende 170 marcos de desenvolvimento subdivididos em três níveis, que vão de zero a 48 meses de idade.

“É utilizado como protocolo de avaliação de entrada no Natea para a elaboração do plano terapêutico de atendimento, através de uma avaliação sistematizada para crianças autistas ou com atrasos similares e se tornou um instrumento de uso frequente entre aqueles que planejam e implementam atendimentos nessa área”, disse Katya.

A terceira aplicação é o Socially Savvy, que nada mais é que um protocolo voltado para o processo de avaliação e intervenção em Habilidades Sociais às pessoas com TEA com demandas mais simples e verbais, voltadas especialmente para a dificuldade de socialização. “Utilizamos com crianças acima de 6 anos para elaboração de plano terapêutico de atendimento”, destacou a coordenadora que também é  psicóloga e neuropsicóloga.

Recepção da Policlínica

Acolhimento e Cuidado – O Natea Tucuruí também mantém terapia aos pais e familiares através do PROAC – Programa de Acolhimento do Cuidador. “São ministradas palestras; rodas de conversas sobre TEA e trabalho de emoções”, disse Pedro.

No Proac são trabalhados uma metodologia que possibilita o engajamento, a corresponsabilização e a participação ativa no processo de cuidado por meio de capacitação, orientação técnica e melhorias.

O que é o NATEA? – É um serviço especializado semi-intensivo, que prevê atendimento aos usuários com diagnóstico definitivo ou ainda em investigação de transtorno do espectro autista (TEA) a partir dos 2 anos de idade, que conste no laudo médico o CID F.84 ou CID 6A02, que estejam clinicamente estáveis e possuam retaguarda social e/ou familiar.

“A porta de entrada do Natea Tucuruí se dá através da especialidade identificada no Sistema Estadual de Regulação como “Pediatra – Natea” na qual o usuário passará pela avaliação médica necessária para reunir as informações da etapa diagnostica e posteriormente procederá encaminhamento à equipe multiprofissional do Natea para o circuito de avaliação, elaboração do Plano Terapêutico Singular do paciente e organização do circuito de intervenção.” ressaltou Camylla Rocha, diretora técnica do Natea Tucuruí.

Atendimento- Para acesso ao atendimento pela primeira vez, os municípios da área de abrangência do complexo regulador estadual regional devem realizar a solicitação via sistema de regulação ambulatorial, direcionada a especialidade identificada como Pediatria – Natea, que é a especialidade definida como porta de entrada do serviço e atende exclusivamente a demanda do público do Natea e coordena o fluxo de encaminhamentos internos de acordo com as necessidades específicas de cada usuário.

O funcionamento da Policlínica Lago de Tucuruí é de segunda a sexta-feira, das 07 às 19h. O serviço de hemodiálise também funciona aos sábados, em dois turnos. A unidade fica na Avenida Raimundo Veridiano Cardoso, nº 1008, no bairro Santa Mônica, e o funcionamento é realizado 100% gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Texto: Ascom/Poli Tucuruí

Fotos: Pedro Guerreiro/Ag. Pará  e Divulgação