Hospital de Campanha, no Hangar, e Santa Casa priorizam a humanização no tratamento dos pacientes

Hospital de Campanha, no Hangar, e Santa Casa priorizam a humanização no tratamento dos pacientes

15/09/2021 Off Por Roberta Vilanova

Hospital de Campanha, instalado no Hangar, foi essencial no atendimento rápido e eficaz nos picos da pandemia

Nos momentos mais críticos da pandemia de Covid-19, algumas estruturas foram, e ainda são, consideradas fundamentais para a recuperação dos pacientes. Duas delas, o Hospital de Campanha de Belém, instalado no Hangar, e a Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará, seguem se destacando, principalmente pelo tratamento humanizado oferecido, sempre lembrado por quem passou pelas duas unidades.

O cantor Nilson Chaves surpreendeu os fãs ao passar mais de 20 dias internado, lutando contra o coronavírus, no final de 2020. Ele foi diagnosticado no próprio Hangar, e imediatamente internado. Em seguida, precisou de intubação e foi transferido para a Santa Casa, em coma. O atendimento rápido e providencial garantiu uma evolução positiva do quadro clínico do cantor, ainda nas primeiras 72 horas.

Nilson Chaves

Os profissionais que atenderam o artista, comovidos pelo fato de ser alguém que faz parte da história da música paraense, tomaram uma iniciativa estratégica, pedindo para uma das enfermeiras cantar músicas de autoria de Nilson em chamada de vídeo para o artista. Fizeram isso enquanto ele despertava, e em 48 horas houve a evolução que permitiu sua transferência para a unidade de internação, e a partir daí seu plano de alta começou a ser traçado.

“Até onde eu lembro foi tudo muito especial, carinhoso, atencioso, dedicado. Devo meu tratamento ao Hangar. Depois, na Santa Casa, foram 23 dias, onde acabei criando uma relação mais estreita com os profissionais, porque foi lá que eu saí do coma. Mas tudo começou no Hangar”, reconhece Nilson Chaves.

Hoje, leitos vazios significavam a eficiência do combate à pandemia de Covid-19 no Pará

A enfermeira Tatiane Peniche da Silva faz parte da equipe que atua no Hospital de Campanha, no Hangar, desde o início da pandemia, e também acompanhou o tratamento do cantor. “Mais uma vez unimos forças por um bem comum: a recuperação da saúde de nosso paciente. Como enfermeira, participei da supervisão, assistência, prestação de cuidados, manutenção e administração de medicamentos e sedoanalgesias necessárias ao paciente intubado. Também atuei na organização de sua transferência para o Hospital Santa Casa, onde outros profissionais dariam seguimento aos cuidados iniciados no Hospital de Campanha. Hoje, meu sentimento é de gratidão. Gratidão a Deus por ter contribuído em mais um retorno de um paciente aos seus familiares e amigos”, contou a profissional.

Santa Casa, hospital que é referência por sua maternidade e pelo Banco de Leite Humano, também é sinônimo de vida na pandemia

Empenho da equipe – A médica intensivista Nelma Machado atendeu Nilson já na Santa Casa, onde trabalha há 26 anos. “O momento da admissão dele foi bem tenso. A equipe estava bem agitada ao saber da vinda. Chegou em estado bem crítico, pulmão comprometido, como muitos no mundo inteiro que tiveram essa evolução; sedado e dependendo de ventilação mecânica. Então, traçamos um plano de cuidado para ele”, lembrou.

A Santa Casa dispõe de uma equipe multiprofissional que atua na terapia intensiva, e todos se empenharam para manter Nilson vivo. “Os profissionais traçam metas de horas, inclusive para ele, e fomos acompanhando essas metas. A partir de cada meta vencida, traçávamos outras. Após 72 horas percebemos melhora clínica, evolução favorável, e assim retiramos os equipamentos e começamos a retirar as sedações. Daí se deu o trabalho fisioterápico, que foi imprescindível”, acrescentou a médica.

Quando o paciente começou a acordar, estava bem agitado devido ao uso de muitos medicamentos para sedação. Então foram adotadas algumas estratégias nesse processo, e uma delas foi a música. “Estávamos muito comovidos, por ele fazer parte da nossa vida como cantor. Fizemos uma chamada de vídeo com uma enfermeira cantando uma música dele, e ele acordando. Esse atendimento humanizado, individualizado, que a gente busca fazer com todos os doentes, teve um bom resultado no acompanhamento do doente crítico”, enfatizou Nelma Machado.

O artista chegou à unidade no dia 11 de novembro, e recebeu alta no dia 2 de dezembro. “Chegamos a fazer parte da gravação de um videoclipe do Nilson Chaves, e até hoje recebemos pacientes que nos visitam trazendo presentes. Podemos dizer que é imensurável o que sentimos. Isso não tem preço. É gratificante vê-los novamente, e com saúde”, afirmou a médica, que tem seu dia a dia profissional dentro de uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

Texto: Carol Menezes/Secom
Fotos: Marco Santos/Ag. Pará