
Início de ano letivo requer atualização da caderneta de vacinas em crianças
28/01/2025
Fotos: José Pantoja (Ascom/Sespa) e Agência Pará.
A combinação de chuvas diárias com aglomeração de crianças devido ao início do período letivo nas escolas públicas e privadas podem ser propícias à elevação de casos de infecções respiratórias, como gripes e resfriados.
Do ponto de vista da área técnica da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), esse cenário requer atenção dos pais para o ajuste do calendário vacinal, sobretudo se as crianças apresentarem asma e rinite alérgica. A intenção é reduzir o risco de crises que sobrecarregam os pulmões e as vias respiratórias e, por tabela, garantir o desempenho escolar.
“Associadas a uma alimentação equilibrada, as vacinas atualizadas geram imunidade suficiente para prevenir formas graves das doenças e assim garantir a tranquilidade de um ano letivo”, conforme lembra a coordenadora de Imunizações da Sespa, Jaíra Ataíde.
As vacinas recomendadas para crianças incluem a da gripe (Influenza), que deve ser aplicada anualmente, além das vacinas contra covid-19, pneumocócica e meningocócica. No geral, calendário vacinal do Sistema Único de Saúde (SUS) abrange um total de 13 imunizantes para a faixa etária entre 0 e 09 anos. As aplicações das doses ocorrem de forma intermediária, podendo ser de mês a mês ou de ano a ano.
Outra vacina essencial indicada para essa faixa etária é a Pentavalente, que previne a coqueluche, doença grave que acomete sobretudo crianças abaixo de seis meses e cujas consequências podem ser o comprometimento neurológico com convulsões e risco de sequelas definitivas, como a surdez.
A Pentavalente também previne difteria, tétano, hepatite B e Haemophilus influenzae B – bacilo que pode ser adquirido em função de aglomerações em lugares fechados e responsável por causar, principalmente, infecções do trato respiratório, como otite, sinusite, pneumonia e meningite.
A médica e coordenadora de Saúde da Criança da Sespa, Ana Cristina Guzzo, lembra que durante o período chuvoso as pessoas tendem a ficar mais aglomeradas em locais com menor circulação de ar, gerando assim maior circulação de vírus causadores de patologias respiratórias, gastrointestinais, entre outros.
“Se a criança estiver com sintomas de gripe, é importante mantê-la em casa para evitar a disseminação do vírus, principalmente entre as pessoas que possuem comorbidades, pelo maior risco de complicações”, alerta a especialista.
Importante também é que os adultos estejam atentos às complicações respiratórias, cujas manifestações principais são: dificuldade para respirar, gemidos ou chiados ao respirar, febre alta persistente, recusa alimentar, cansaço ou fraqueza. “Sempre que possível, evitar que as crianças sejam expostas a ambientes abafados, com poeira e mofo, e priorizar lugares abertos e com claridade”, recomenda.
A vacinação de crianças é um gesto de empatia também para a comunidade em geral. “Quanto mais pessoas possuem anticorpos contra as doenças, mais elas param de transmitir. Diminuir a circulação dos vírus protege, indiretamente, até os idosos com mais de 65 anos e tantas outras pessoas vulneráveis e com comorbidades, como hipertensão e diabetes”, pontua Jaíra Ataíde.
A vacinação pelo SUS ocorre na rotina das Unidades Básicas de Saúde, que são geridas pelas prefeituras, e funcionam de segunda a sexta-feira, de acordo com o horário estabelecido pela Secretarias Municipais de Saúde. Eventualmente, ações de vacinação são feitas em shoppings e em outros ambientes de maior visitação pública. Cabe à Sespa distribuir aos municípios paraenses as doses que são enviadas pelo Ministério da Saúde a todos os 27 Estados Brasileiros e Distrito Federal.
Confira aqui os imunizantes do calendário vacinal distribuídos por idade: https://www.gov.br/saude/pt-br/vacinacao/calendario