Orientação nutricional é fundamental no atendimento a pessoas com deficiência

“É importante para manter a vida saudável do usuário, evitando prejuízos à saúde de forma geral, e sempre mantendo as condutas nutricionais de acordo com as suas particularidades”, explica Ana Barroso, nutricionista clínica no Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em Belém, sobre o papel da nutrição na saúde dos usuários da unidade. A importância do profissional responsável por esse cuidado foi celebrada no Dia da Saúde e Nutrição – 31 de Março.

Segundo Ana Barroso, durante as consultas no CIIR os acompanhantes recebem orientações nutricionais com base em diagnósticos, como Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), sobre seletividade alimentar, principal queixa das mães. “Em alguns casos, acaba sendo uma recusa alimentar. Desta maneira, analisamos o caso para saber qual a melhor conduta para minimizar essa seletividade alimentar”, informa a nutricionista.

O lado sensorial, diz Ana Barroso, no autismo está relacionado à seletividade alimentar, o que leva a pessoa a rejeitar alimentos com base na cor, sabor, cheiro e até no tato.

Outros usuários que têm particularidades são crianças com paralisia cerebral. “De forma geral, para este diagnóstico os atendimentos nutricionais tratam, principalmente, do risco para o baixo peso e a desnutrição”, ressalta a especialista.

Alimentação – Com o objetivo de orientar os acompanhantes sobre a importância da alimentação para o ganho de peso, Ana Barroso destaca que, geralmente, são crianças que fazem fisioterapia, hidroterapia e canoagem. “São atividades que promovem maior gasto energético, por isso pode haver perda de peso e de massa muscular se a pessoa não estiver em um acompanhamento nutricional”, explica.

Para evitar perda de peso e maior risco de adoecer com frequência, a nutrição é importante também ao acompanhamento adequado para a idade. “Se houver necessidade, podemos intervir com auxílio de uma suplementação, principalmente se a pessoa apresentar alguma carência nutricional ou baixo peso, mas sempre considerando as condições financeiras da família e demais fatores externos”, ressalta Ana Barroso.

Um dos usuários que faz acompanhamento nutricional é Matheus Bittencourt, 09 anos, diagnosticado com paralisia cerebral. A mãe, Luciana Bittencourt, 51 anos, informa que “em conjunto com a nutricionista, estamos trabalhando para diminuir a taxa de colesterol, que está um pouco elevada. Mas, no geral, tudo normalizado. Sinceramente, o atendimento no CIIR é fantástico. Bem completo para as pessoas com deficiência”.

Além da equipe de nutrição, os usuários do CIIR contam no acompanhamento nutricional com uma equipe multiprofissional, composta ainda por fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional e médico.

O CIIR é referência no Pará na assistência de média e alta complexidade às Pessoas com Deficiência (PcDs) visual, física, auditiva e intelectual. Os usuários podem ter acesso aos serviços do Centro por meio de encaminhamento das unidades de Saúde, acolhidos pela Central de Regulação de cada município, que por sua vez encaminha à Regulação Estadual. O pedido será analisado conforme o perfil do usuário pelo Sistema de Regulação Estadual (SER).

Serviço: O Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação é um órgão do Governo do Pará, administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O Centro funciona na Rodovia Arthur Bernardes, n° 1000, em Belém. Mais informações: (91) 4042.2157 / 58 / 59.

Texto: Pallmer Barros/CIRR

Foto: Divulgação