Programa Doenças Ortopédicas da Infância garante realização de 140 cirurgias em sete meses

Programa Doenças Ortopédicas da Infância garante realização de 140 cirurgias em sete meses

17/08/2021 Off Por Roberta Vilanova

Em setembro o serviço completa 1 ano, e mesmo com dois meses de paralisações em função da pandemia, retornou com força total a partir do mês de maio

A pequena Ana Vitória, de 3 anos, é o xodó de sua família e da avó, Rebeca Lima Pereira, de 38 anos. A dona de casa acompanha todo o tratamento da neta, no Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS), no distrito de Icoaraci, em Belém. No último dia 16 de julho, a menina passou por uma cirurgia no pé direito, procedimento que deve mudar suas vidas. “Estávamos esperando ansiosamente por esse dia. Foi tudo maravilhoso no acolhimento. Agora, voltaremos à unidade apenas para retirar os pontos”, comentou a moradora do município de Tucuruí, no sudeste paraense.

João Miguel, de 7 anos, também passou por uma cirurgia na unidade no mês passado. O procedimento nos dois pés foi considerado um sucesso. “Tudo correu muito bem. Agora, é vida nova. Sem palavras: foi tudo maravilhoso”, disse a madrasta do menino, Maize Rolim, de 28 anos. “Entramos num dia e saímos no outro. Foi muito bom”, reforçou a servidora pública do município de Santa Maria do Pará.

Ana e João foram alguns dos 140 pacientes do Abelardo Santos que realizaram, nos últimos sete meses, cirurgias dentro do Programa Doenças Ortopédicas da Infância. A iniciativa do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), foi lançada em setembro de 2020. O secretário de estado de saúde pública, Rômulo Rodovalho, lembra que é a primeira vez em 15 anos que o Estado disponibiliza de forma regular essa assistência, que antes só era garantida por meio de mutirões. “O objetivo é realizar cirurgias em crianças com deficiências ortopédicas congênitas, como por exemplo, o pé torto congênito (PTC). Com essa iniciativa, a Sespa tem a meta de realizar até 30 cirurgias por mês e reduzir a fila de espera por esse tipo de procedimento no Pará”, disse o titular da pasta.

Programa – O Programa abrange todas as patologias ortopédicas pediátricas. “Temos um total de mais de 33 diferentes doenças que são tratadas pela nossa equipe. Desde procedimentos mais simples até os mais complexos. Sendo os casos cirúrgicos atendidos e encaminhados do CIIR (Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação), onde fazemos os atendimentos e todos os procedimentos antes das cirurgias”, explicou o coordenador do serviço do Abelardo Santos, Renato Arraes.

O médico reforça que as patologias mais comuns são o pé torto congênito, a luxação de quadril e deformidades congênitas dos membros. “No primeiro semestre o número de cirurgias foi reduzido, devido aos dois meses sem operar em função da segunda onda do coronavírus no Estado”, destacou o médico.

Acesso – A criança, seja da capital ou do interior, que apresentar algum tipo de deformidade passará pelo atendimento ambulatorial onde será avaliada pela equipe de especialistas. O tratamento pode acontecer de duas formas. Através do modo conservador, ou seja, sem cirurgia e no qual o paciente é tratado com órteses, gessos e fisioterapia ou ainda através do método cirúrgico indicado para os casos mais graves nos quais as crianças não mostram resultados na correção da deformidade com os recursos já utilizados ou que o diagnóstico e tratamento foram iniciados tardiamente.

“O fluxo funciona da seguinte maneira: inicialmente o paciente atendido no CIIR e após avaliação inicial e indicação de cirurgia, ele realiza todo risco cirúrgico e em seguida retorna com o médico assistente para ao agendamento da data da sua cirurgia, que é feita aqui no HRAS”, destacou Marcos Silveira, diretor executivo do Abelardo Santos.

Incidência – No Pará, uma em cada mil crianças nasce com pé torto congênito (PTC) considerado uma deformidade complexa que compromete todos os tecidos músculo-esqueléticos distais ao joelho.

Texto: Roberta Paraense/HRAS

Foto: Divulgação