Sespa alerta população para prevenção da doença de Chagas

Sespa alerta população para prevenção da doença de Chagas

15/04/2024 Off Por Mozart Lira

O Dia Mundial da Doença de Chagas, celebrado no dia 14 de abril, tem como objetivo aumentar a conscientização sobre a prevenção a essa doença. Nesse sentido, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) considera oportuno o alerta à população sobre a importância de combater a ação das principais espécies de barbeiros no Pará, os insetos transmissores da doença.

A doença de Chagas é transmitida pelo barbeiro infectado, que ao picar uma pessoa sadia deposita fezes contaminadas no ferimento, permitindo a entrada do parasito Trypanosoma cruzi na corrente sanguínea (transmissão vetorial).

A doença também pode ser transmitida por via oral, por meio de alimentos contaminados pelas fezes do Tripanosoma cruzy, devido à falta de controle de higiene e de cuidados no momento do processamento.

Na fase aguda, os principais sintomas são dor de cabeça, febre, cansaço, edema facial e dos membros inferiores, taquicardia, palpitação e dor no peito e falta de ar. Como os sintomas iniciais parecem com o de outras doenças, a pessoa deve procurar a unidade de saúde mais próxima de sua residência para atendimento médico imediato para fazer os exames.

O diagnóstico precoce é fundamental nos casos de doença de Chagas, pois quanto mais tempo leva para o paciente iniciar o tratamento, mais danos o parasito Trypanosoma cruzi causa no organismo, principalmente no coração e no sistema digestivo.

“Um paciente com suspeita da doença precisa comparecer na Unidade Básica de Saúde, ser logo notificado e imediatamente encaminhado para exame e início do tratamento”, explica o coordenador do Programa de Controle da Doença de Chagas pela Sespa, Eder Monteiro. Assim, o paciente com Chagas recebe medicamento específico por dois meses e permanece sob acompanhamento pelo período de cinco anos na atenção básica municipal e, quando necessário, por especialista cardiologista, infectologista e gastroenterologista.

Recomendações como essas já fazem parte de conteúdos repassados por dezenas de capacitações feitas pela Coordenação Estadual do Programa de Controle da Doença de Chagas, que correspondem ao papel da Sespa nesse fluxo, que é de apoiar os municípios com assessoria técnica, por meio de treinamento de profissionais, para que a rede de atendimento esteja articulada e funcione da melhor forma possível, o que garante diagnóstico oportuno e tratamento imediato aos casos notificados.

“Além desses treinamentos, intensificados a partir de 2019, damos apoio aos municípios nas ações de prevenção da doença, tanto na atenção básica e nas escolas municipais, como também em ações educativas para produtores de açaí e treinamentos para batedores da fruta sobre as boas práticas na manipulação de alimentos”, complementa Eder.

As principais medidas de prevenção e de controle da doença de Chagas desenvolvidas pela Sespa são monitoramento e supervisão de campo nos municípios mais vulneráveis para avaliação dos casos notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan); ajuste de fluxo para atendimento dos casos suspeitos e confirmados; reuniões técnicas on-line para orientação e discussão dos surtos; webconferências com os coordenadores dos Centros Regionais de Saúde e representantes da Vigilância Epidemiológica, interpretação do diagnostico laboratorial fluxo de abastecimento da medicação para o tratamento especifico e a importância da completitude das notificações na investigação dos casos.

Atualmente, o Pará é o responsável por cerca de 80% das ocorrências da doença de Chagas no Brasil. Em 2022 foram registrados 349 casos. No ano seguinte, outros 518 casos confirmados e, no primeiro trimestre deste ano, mais 45 registros confirmados – configurando uma redução de 65% em relação ao mesmo período do ano passado.

Os dados também apontam que aproximadamente 80% dos casos têm sido registrados na zona rural. A maioria da contaminação (60%) tem ocorrido dentro de casa e o principal modo de infecção é a oral, com cerca de 80%.  “Devido às notificações estarem sendo feitas com mais tempo hábil, mais de 90% dos casos confirmados no Pará tem evoluído para a cura da doença”, enfatiza Eder Monteiro.