Sespa promove Simpósio sobre a Luta Antimanicomial

Sespa promove Simpósio sobre a Luta Antimanicomial

05/05/2022 Off Por Roberta Vilanova

O objetivo é estimular ações em prol da pauta em instituições que lidem com pessoas portadoras de transtorno mental

O Dia Nacional da Luta Antimanicomial é celebrado em 18 de maio. Visando estimular ações em prol da pauta em instituições que lidem com pessoas portadoras de transtorno mental, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) realizou hoje, dia 5, o Simpósio Alusivo à data.

O evento contou com a participação de profissionais de saúde que trabalham na atenção de saúde mental, como os funcionários dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), além de estudantes universitários de Psicologia e outras áreas. As palestras e debates abordaram as conquistas da luta antimanicomial e o que ainda precisa ser feito para as pessoas portadoras de transtorno mental.

Após décadas de luta, em 2001 foi sancionada uma lei que determinou o fim dos manicômios e sanatórios no país. As instituições eram locais de internação quase sempre compulsória, onde, em muitos casos, os internos sofriam maus tratos e submetidos a tratamentos violentos e sem efetividade. Há hoje diversas medidas com a proposta de tratamentos mais humanos e de integração social como os CAPS e as Residências Terapêuticas.

A Coordenadora Estadual de Saúde Mental da Sespa, Maria Ildeney Morais falou sobre a importância da permanente discussão sobre políticas públicas voltadas para as pessoas portadoras de transtorno mental, mesmo após a extinção de manicômios e sanatórios. “Foram instituições que perduraram por muito tempo em nosso país, por isso, ainda que não existam mais, certos comportamentos e estigmas no tratamento dessas pessoas perduram em nosso país. A luta antimanicomial não se encerra com o fim formal dessas instituições, hoje a luta é para que os portadores de transtorno mental tenham voz, nome e individualidade”, afirmou.

Os manicômios e sanatórios foram substituídos principalmente pelos CAPS. Os centros são locais de acolhimento e assistência humanizada para a população que necessita de tratamento psicossocial, o que inclui pessoas com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas. Hoje, no Pará, há 87 CAPS em funcionamento e são de gestão municipal, cabendo à Sespa prestar monitoramento, interlocução, fiscalização e orientação para a criação de novos CAPS.

O seminário também abordou outras alternativas de sucesso no tratamento

As palestras do seminário pela Sespa também abordaram outras alternativas de sucesso no tratamento. As residências terapêuticas foram tema da apresentação de Alan Reis, terapeuta ocupacional, coordenador do Serviço de Avaliação e Acompanhamento de Medidas Terapêuticas Aplicáveis às Pessoas com Transtorno Mental em Conflito com a Lei (EAP). As residências são locais de moradia para pessoas que tiveram alta de hospitais psiquiátricos e não possuem estrutura própria para a reintegração social e reabilitação.

Alan destacou que apresentar essas alternativas, ainda pouco utilizadas no estado do Pará, para profissionais e estudantes da área de saúde mental, serve para estimular a viabilização por parte dos municípios de espaço como esses.

As outras palestras abordaram a questão dos direitos humanos na saúde mental, a saúde mental na atenção primária de atendimento, as experiências bem-sucedidas de movimentos sociais de causas de saúde mental no estado do Pará e saúde mental nas escolas de crianças e adolescentes.

Texto: Edilson Teixeira/Sespa

Fotos: José Pantoja/Sespa