
Sespa promove workshop de ações em saúde sobre hanseníase, na Grande Belém
11/01/2023
A ação integra a Campanha Janeiro Roxo dedicada ao combate à doença no Pará, com o lema Hanseníase Tem Cura!
Na manhã desta quarta-feira (11), técnicas da Coordenação Estadual de Controle da Hanseníase (CEPCH), da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) promoveram o workshop “Ações em Saúde sobre Hanseníase”, na Casa de Conselhos de Benevides, na Grande Belém. Essa é mais uma ação da Sespa em alusão ao “Janeiro Roxo”, campanha dedicada ao combate da doença no estado do Pará, que em 2023 tem o lema “Hanseníase Tem Cura!”.
A ação foi idealizada pela Coordenação Estadual de Controle da Hanseníase(CEPCH) com o objetivo de capacitar os profissionais de saúde e agentes comunitários para detectar a doença de forma mais rápida e as medidas a serem tomadas quando chegar ao diagnóstico de hanseníase.

Enfermeira Jovina Malcher, técnica da Coordenação estadual, orienta como detectar precocemente a hanseníase
Essa capacitação é um momento de fortalecimento para os profissionais da Atenção Primária em Saúde e fazer o controle da doença no estado e no Brasil, como explica a enfermeira Jovina Malcher.
“O Brasil é o segundo país do mundo em casos de hanseníase. Então, nós fazemos ações de saúde em parceria com os munícipios buscando principalmente o diagnóstico precoce da doença, fazendo ações de educação em saúde, usando a mídia para divulgar informações e fortalecer o conhecimento da população sobre a doença,” explica a enfermeira.
Participaram da ação mais de 60 agentes comunitários de saúde, enfermeiros, técnicos de enfermagem e outros profissionais da assistência primaria do município de Benevides.
Tainá Lima é enfermeira e trabalha na Unidade de Saúde Santos Dumont. Segundo ela, essa é uma oportunidade para os profissionais se atualizarem e tirar dúvidas em como identificar um paciente com hanseníase.
“Essa capacitação é de grande importância para os profissionais da Atenção Básica para saber identificar melhor e com mais rapidez os casos de hanseníase”, afirma.
O Pará conta com uma Unidade de Referência Especial (Ure) para o tratamento de hanseníase, a Ure Marcello Cândia, localizada em Marituba, na Grande Belém. Lá são realizados os tratamentos de casos de maior complexidade encaminhados das unidades básicas de saúde.
Valdeja Silva é Agente Comunitária de Saúde do bairro Piçarreira, no Murinim, em Benevides. Ela conta que já conseguiu fazer uma detecção rápida de um caso suspeito.

Profisisonais receberam materiais educativos para entregar à população
“Lá na comunidade em que atuo, tem um caso de um paciente que identifiquei a doença logo no início. Encaminhei para a Unidade de Saúde e hoje ele já está praticamente curado, já na fase de acompanhamento”, declarou.
É importante destacar que a hanseníase tem cura e o diagnóstico precoce é fundamental para o tratamento e contenção da proliferação da doença. É preciso estar atento ao surgimento de manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo, com perda ou alteração de sensibilidade na área da mancha. Ao detectar o surgimento do sintoma, a pessoa deve procurar a unidade de saúde básica mais próxima para investigar e, caso confirmado o diagnóstico, iniciar o tratamento e a investigação de possíveis outros contaminados. Caso não seja tratada da maneira correta, a hanseníase pode deixar sequelas como incapacidades físicas e deformidades.
O Pará é, atualmente, o terceiro estado com maior número de casos registrados de hanseníase no país, sendo o Brasil o segundo país com o maior número de registros no mundo. A equipe de combate à hanseníase vem realizando um trabalho constante para a melhora desses dados da doença que é considerada endêmica na região metropolitana de Belém e no sudeste do estado.
Assim como ocorre com outras doenças, estima-se que os números de casos confirmados de hanseníase estejam subnotificados pelas restrições causadas pela pandemia da Covid-19. No ano de 2019, último ano antes da pandemia, foram registrados 2.512 casos no Pará. Em 2022, até novembro, foram registrados 1.272 casos no estado.
Ação em Saúde – A Sespa, por meio da Coordenação Estadual de Controle da Hanseníase (CEPCH), em parceria com o TerPaz, Universidade do Estado do Pará (UEPA) e a Prefeitura de Marituba, vai realizar no dia 21 de Janeiro, o lançamento da campanha “Janeiro Roxo”, na Praça Menino Jesus, de 8h às 12h, com com consultas médicas e palestras sobre combate à hanseníase.
Texto: Melina Marcelino/Sespa (com informações de Edilson Teixeira).