Sespa reforça importância do diagnóstico precoce e da prevenção ao câncer de mama

Enfermeira Michele Monteiro Sousa, da equipe técnica da Sespa: “A detecção precoce salva vidas”

Com foco na prevenção e no diagnóstico precoce, a Secretaria de Estado de Saúde Pública do Pará (Sespa), por meio da Coordenação Estadual de Atenção Oncológica, promove durante todo este mês uma série de ações alusivas à campanha Outubro Rosa. Com o tema “Vem te cuidar”, em 2025, a mobilização quer sensibilizar a população sobre a importância do acompanhamento médico regular e da realização de exames, especialmente a mamografia.

Durante a campanha, a Sespa amplia a oferta de mamografias e consultas especializadas nas policlínicas, hospitais regionais e demais unidades da rede estadual. As atividades visam reforçar o rastreamento precoce, etapa essencial para detectar o câncer de mama em estágios iniciais (quando as chances de cura são significativamente maiores).

Além disso, serão realizadas palestras, rodas de conversa e ações educativas em unidades de saúde municipais, com foco na conscientização, prevenção e no incentivo ao autocuidado feminino.

Diagnóstico precoce salva vidas

A enfermeira Michele Monteiro Sousa, da equipe técnica da Sespa, destaca que o protagonismo da mulher no cuidado com a própria saúde é fundamental. “Nosso maior objetivo é estimular que as mulheres procurem os serviços da atenção primária e solicitem a mamografia como parte do cuidado preventivo. A detecção precoce salva vidas”, reforça.

Michele Sousa explica que o câncer de mama é a neoplasia maligna mais diagnosticada entre as mulheres no mundo. No Pará, a estimativa para 2025 é de aproximadamente 1.020 novos casos. “É um número expressivo, mas há tratamento, e principalmente, possibilidades reais de prevenção e promoção à saúde”, avalia.

Ela também chama a atenção para os sinais de alerta, como: nódulo na mama, mamilo invertido, inchaço localizado, dor ou alterações na pele da região. “O essencial é que a mulher conheça o seu corpo. O autocuidado e o autoconhecimento são aliados não só do bem-estar físico, mas também emocional. A motivação para fazer a mamografia e o exame clínico com um profissional da atenção primária deve fazer parte da rotina de cuidados”, destaca.

Outro ponto importante, segundo a enfermeira, é a atenção aos hábitos de vida. “Evitar alimentos ultraprocessados, priorizar frutas e vegetais da região, manter uma alimentação equilibrada, praticar atividades físicas e controlar o peso corporal são medidas que ajudam a reduzir os riscos”, aconselha.

Ela lembra ainda que o diagnóstico envolve mais do que a mamografia: “O exame clínico feito por enfermeiros ou médicos é essencial para definir, por exemplo, se a paciente deve fazer primeiro uma ultrassonografia ou uma mamografia.”

Uma recente atualização nas diretrizes do Ministério da Saúde passou a recomendar o acesso à mamografia para mulheres entre 40 e 49 anos, mesmo sem sintomas, desde que a decisão seja compartilhada entre médico e paciente. Anteriormente, a faixa prioritária era de 50 a 69 anos. Agora, o exame pode ser solicitado e realizado gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Tratamento e rede de atendimento no Pará

O tratamento do câncer de mama pode ser local com cirurgia ou radioterapia, ou sistêmico, como quimioterapia, hormonioterapia ou terapias-alvo. Todos esses serviços estão disponíveis pelo SUS no Pará.

O atendimento especializado é oferecido nas seguintes unidades:
• Hospital Ophir Loyola (HOL) – Belém
• Hospital Universitário João Barros Barreto – Belém
• Hospital Regional de Castanhal
• Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA) – Santarém
• Hospital Regional de Tucuruí
• Hospital Regional do Sudeste do Pará “Dr. Geraldo Veloso” – Marabá

O primeiro atendimento e encaminhamento devem ocorrer pela atenção básica, nas Unidades de Saúde do município. Casos suspeitos ou confirmados seguem o Protocolo Estadual de Acesso em Oncologia, sendo direcionados para os centros especializados.

Ações ampliadas em todo o estado

Entre as ações que serão intensificadas durante o Outubro Rosa está a atuação da Carreta da Mulher, que leva atendimento especializado para municípios do interior. A iniciativa oferece consultas com mastologistas e ginecologistas, realização de ultrassonografias, mamografias e, se necessário, encaminhamento direto para biópsias por meio da regulação.

Paralelamente, a Sespa realizará iniciativas em parceria com policlínicas e hospitais regionais para ampliar a oferta de exames e consultas, com o objetivo de reduzir a fila de espera e melhorar o acesso ao diagnóstico.

Entenda o câncer de mama

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer de mama é causado pela multiplicação anormal de células na mama, formando um tumor que pode invadir outros órgãos. Existem diferentes tipos da doença, alguns mais agressivos que outros, mas quando detectados precocemente, geralmente têm alta taxa de sucesso no tratamento.
Embora raro, o câncer de mama também pode atingir homens, representando cerca de 1% dos casos. O tratamento está disponível gratuitamente pelo SUS.

Alguns fatores de risco para o câncer de mama:

• Histórico familiar da doença
• Obesidade e sobrepeso
• Sedentarismo
• Consumo excessivo de álcool
• Tabagismo
• Exposição frequente à radiação ionizante

Texto da Ascom Sespa