Voluntários têm atuação fundamental para avanço da imunização em Belém

Voluntários têm atuação fundamental para avanço da imunização em Belém

01/09/2021 Off Por Roberta Vilanova

A maioria dos voluntários são estudantes da Uepa que decidiram ajudar

O avanço da vacinação contra a Covid-19 em Belém se dá por uma série de condições, dentre elas a disponibilidade de jovens voluntários da Universidade do Estado do Pará (Uepa) na aplicação de doses ao público. São estudantes que, diante da incerteza dos rumos da pandemia ou da perda de uma pessoa querida para a doença, decidiram ajudar em um dos momentos mais aguardados pela população, aproveitando para colocar em prática o que estão aprendendo como alunos de cursos da área da Saúde.

A Uepa mantém três postos de vacinação na capital: o Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS), a Escola de Enfermagem “Magalhães Barata” e o Centro de Ciências Sociais e Educação (CCSE). Lidiane Assunção de Vasconcelos, assessora superior da Secretaria de Saúde de Belém, professora da Uepa e coordenadora dos voluntários no CCBS na universidade, avalia a contribuição dos alunos como uma doação de importância imensurável, e lamenta que muitos deles passem por situações de desrespeito causadas pela população enquanto atuam como voluntários.

“Tem muita garra, muito amor, muita dedicação, muito aprendizado, muito compromisso. É árduo, não tem nada de romantismo, porque eles sofrem com a falta de respeito das pessoas no dia a dia, da população”, relata. “Coisas que se eu pudesse, eu impediria. Porém eles serão profissionais mais bem preparados, porque aprendem com a realidade do Sistema Único de Saúde (SUS), complexidades, necessidades, dificuldades. Estão aprendendo a administrar em meio à maior experiência que um profissional de saúde pode vivenciar: uma pandemia”, confirma Lidiane.

Ricardo Silva, de 21 anos, cursa Enfermagem e é voluntário no campus onde estuda. Ele começou em fevereiro, e desde então segue contribuindo decisivamente para garantir o máximo de pessoas imunizadas. “O momento que a gente vivia naquele período, de incertezas, de preocupação com o futuro e com a vontade de ajudar o próximo me levaram a atuar dentro da campanha”, explica. “Tem sido uma experiência incrível, de aprimoramento para o futuro profissional que serei, de aprender como funciona cada estrutura organizacional dos postos, de ter aquele olhar humanizado”, conta Ricardo.

Voluntários dizem que estão gostando da experiência

Samyres da Costa Brasil, 25 anos, é aluna do mesmo curso e aceitou o chamado da faculdade para o voluntariado, atuando no CCSE. “Entrei pela maior razão de todas, a vontade de ajudar nesse momento bem necessário. Num nível pessoal, já aprendi além do comum, e no profissional, adquiri mais experiência, tanto nas funções primordiais do contexto da sala de vacina, por ela ser o carro chefe da Enfermagem, como na gestão, desenvolvendo um entendimento e um olhar holístico com as necessidades ali apresentadas. Um momento especial é estar dentro do posto e ver alguém sendo vacinado e ao mesmo tempo se emocionando com aquele momento único de esperança e de sensação de dever cumprido”, detalha a aluna.

Davi Lobato, 19 anos, já é formado como técnico e cursa Enfermagem. Ele dá apoio no posto de vacinação do CCBS desde julho, após perder um parente próximo para a Covid-19. “Escolhi por salvar várias vidas com meu trabalho. A experiência está sendo incrível no nível pessoal, não tem nada melhor do que o sentimento de gratidão após você imunizar uma pessoa e ver a felicidade dela em conseguir estar tomando a vacina depois de mais de um ano de pandemia, além de estar fazendo novos amigos na campanha e criando novos laços. No nível profissional, está sendo muito bom ter essa oportunidade de trabalhar com pessoas todos os dias e estar desenvolvendo minha oratória e minhas técnicas de injetáveis, além de receber um certificado de carga horária que já me ajuda no meu currículo”, justifica o estudante. (Com colaboração de Ize Sena-Ascom/Uepa)

Texto: Carol Menezes/Secom  

Fotos: Bruno Cecim/Ag. Pará