Governo do Estado orienta a população sobre prevenção à compulsão alimentar

Governo do Estado orienta a população sobre prevenção à compulsão alimentar

17/01/2023 Off Por Roberta Vilanova

O transtorno alimentar é um dos temas abordados no Janeiro Branco

A compulsão alimentar é um distúrbio ligado a fatores psicológicos e à saúde mental, que atinge 2,5% da população do planeta, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). No Brasil, 4,7% da população têm algum tipo de transtorno alimentar. No mês da campanha “Janeiro Branco”, o governo do Estado alerta a população sobre ações que contribuem para a prevenção do distúrbio.

“A pessoa que apresenta esse distúrbio não consegue controlar a necessidade de comer em grande quantidade e em curto espaço de tempo, mesmo sem fome. Algumas ações contribuem para prevenir a compulsão alimentar, como beber muita água, praticar atividades físicas, não pular refeições, dormir 8 horas por dia e ter acompanhamento psicológico”, explica Roberta Smith, psicóloga clínica do Ambulatório de Especialidades do Hospital Jean Bitar.

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A orientação, segundo a psicóloga, é que a pessoa com o transtorno busque tratamento especializado com uma equipe multidisciplinar, composta de psicólogo, psiquiatra, nutricionista, nutrólogo e endocrinologista, que poderá prescrever terapias e uso de medicamentos para ajudar na qualidade de vida, diminuindo os sintomas compulsivos.

Com 14 anos, Adrielle Medeiros praticava exercícios físicos sozinha no banheiro, escondida, porque acreditava que precisava ser magra como as modelos que tinha como referência na época.  Aos 15 anos, começou a apresentar sinais de transtorno alimentar, após ouvir comentários de que se continuasse comendo iria ser gorda.

“Veio um medo muito grande, e eu comecei a fazer coisas como comer algodão com suco, a mascar chiclete pra disfarçar a fome, tomava uma colher de vinagre sempre que terminava o almoço. Se eu sentisse muita fome, eu comia bolacha com iogurte, mas se não sentisse tanta, eu não comia mais nada além do café da manhã e do almoço. Um comentário de um familiar me afetou muito, quando disse que eu estava no limite do peso, e se engordasse ficaria feia. Eu simplesmente parei de comer. Eu mal tomava café, não almoçava e não jantava. Eu sentia dor de cabeça todos os dias, sentia sono extremo, fiquei anêmica, tive aquela sensação de desmaio várias vezes na rua. No final, perdi 15 kg e adquiri gastrite”, conta Adrielle. Aos 19 anos, ela começou o tratamento psicológico, o que a ajudou no controle do transtorno.

Atendimento psicológico – As Usinas da Paz em funcionamento possuem o serviço de atendimento psicológico, pela manhã e à tarde. O atendimento, realizado de segunda a sexta-feira, entre 08 e 17 h, é feito por agendamento, que pode ser feito nas recepções das respectivas Usinas, apresentando original e cópia dos seguintes documentos: RG, CPF, comprovante de residência e carteira de vacinação.

Uma das iniciativas da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) é o Programa Obesidade Zero, que visa ajudar pacientes acima do peso a realizar a cirurgia bariátrica, oferecida de forma gratuita. Uma equipe multiprofissional, formada por cirurgiões bariátricos, endocrinologistas, psicólogos, nutricionistas, cardiologistas, anestesistas e outros especialistas, acompanha o paciente antes e após o procedimento cirúrgico.

Texto: Giovanna Abreu/Secom

Fotos: Pedro Guerreiro/Ag. Pará