
Sespa e Sociedade Brasileira de Urologia farão ações para prevenção do câncer de pênis
02/02/2024Em três datas de fevereiro (04, 17 e 25), ações de prevenção e detecção precoce do câncer de pênis serão em pontos distintos em Belém pela Coordenação de Saúde do Homem da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), em parceria com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU – Seção Pará).
Essas mobilizações são alusivas ao Dia de Prevenção do Câncer de Pênis, lembrado em 04 de fevereiro, e têm o objetivo de promover o autocuidado e incentivar a população masculina a procurar os serviços de saúde.
Nessas ocasiões serão dadas orientações de saúde, triagem de Enfermagem, vacinação, testes rápidos para a detecção de Infecções Sexualmente Transmissíveis (HIV, sífilis e hepatites B e C; auriculoterapia; avaliação e orientação nutricional, agendamento de mamografia e PCCU às mulheres e, para homens, agendamento de consulta e exames de rotina.
Para o coordenador estadual de Saúde do Homem, Diego Cutrim, falar sobre o tema é algo que diz respeito à higiene que o homem, desde menino, deve ter para lavar corretamente o pênis com água e sabão, puxando o prepúcio para a limpeza da glande, que deve ser feita todos os dias e após as relações sexuais.
Entre os fatores do risco, além da má higienização, há a infecção por HPV (grupo de mais de 100 vírus que podem ser prevenidos por meio de vacina) e fimose (daí a importância da cirurgia de postectomia, também conhecida como circuncisão, nos casos em que se faz necessária).
“Entre as orientações, também disseminamos informações aos usuários que procurem as Unidades Básicas de Saúde para começar a fazer uma avaliação geral, o chamado check-up, em caso de sintomas iniciais”, reforça Diego, ao afirmar que o câncer de pênis é impactante não só pela mutilação e sofrimento que acarreta, mas também pela alta mortalidade que acompanha a doença nas fases mais avançadas.
De acordo com o Sistema de Informações Hospitalares do SUS, em 2021, no Pará, foram realizadas 13 amputações de pênis decorrentes de câncer; no ano seguinte foram mais 15 ocorrências e, de janeiro a novembro de 2023 foram mais 12 procedimentos cirúrgicos de retirada de órgão genital masculino.
Por outro lado, os números do Painel Oncologia, do Ministério da Saúde, indicam que os casos de câncer de pênis no Pará vêm diminuindo: em 2021, foram 49 confirmações; no ano seguinte, 38, e em 2023 mais 28 ocorrências.
Segundo o protocolo do Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de pênis começa discreto, sem sintomas, com pequenas lesões que não se curam. Infelizmente, mais da metade dos pacientes demora até um ano após as primeiras lesões aparecerem para procurar o médico. Grande parte dos diagnósticos acontecem quando a doença já se encontra em estágio avançado, levando a maioria dos casos a tratamentos cirúrgicos severos, como a retirada do pênis e a emasculação, que consiste na retirada do pênis, escroto e testículos, trazendo consequências físicas, sexuais e psicológicas ao homem.
Por isso é importante que o diagnóstico seja realizado em estágio inicial para evitar o desenvolvimento da doença e possibilitar terapias menos agressivas. O tratamento depende da extensão local do tumor e do comprometimento dos gânglios inguinais (ínguas na virilha). Cirurgia, radioterapia e quimioterapia podem ser oferecidas. Nas lesões superficiais, a realização de postectomia e tratamento local com medicamentos é possível em alguns casos.