Sespa orienta a população para prevenção da Doença de Chagas no Pará

Sespa orienta a população para prevenção da Doença de Chagas no Pará

18/02/2022 Off Por Mozart Lira

Algumas espécies de barbeiros, transmissor da doença de Chagas. Fotos: José Pantoja (Ascom/Sespa)

A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) alerta para a importância das medidas de prevenção da doença de Chagas. No Pará, uma média histórica nos últimos dez anos registra que pelo menos 80% dos casos confirmados foram por transmissão oral, ou seja, associados a ingestão de alimentos contaminados pelas fezes do inseto conhecido como barbeiro, parasitados com o Trypanosoma cruzi.

Nesse sentido, a Sespa alerta a população para o diagnóstico precoce, considerado fundamental para o não agravamento da doença, pois quanto mais tempo leva para o paciente iniciar o tratamento, mais danos o parasito causa no organismo, principalmente no coração.

O controle da doença envolve diversos setores da Saúde Pública, como a Epidemiologia, a Entomologia, a Vigilância Sanitária e a Assistência, que devem trabalhar integradas para o alcance dos resultados e benefício do paciente. “Um paciente com suspeita da doença precisa ser logo notificado e imediatamente encaminhado para exame e início do tratamento, visando à redução das sequelas, uma vez que a doença de Chagas não tem cura. A partir de um doente, é possível chegarmos a outros doentes e ao foco da contaminação, para que medidas de controle sejam adotadas”, explica a coordenadora de Entomologia, Bárbara Almeida.

O processo de branqueamento do açaí, método de higienização do fruto pra evitar a infecção por Doença Chagas durante o consumo humano

A doença de Chagas é transmitida pelo barbeiro infectado, que ao picar uma pessoa sadia deposita fezes contaminadas no ferimento, permitindo a entrada do parasito Trypanosoma cruzi na corrente sanguínea. A doença também pode ser transmitida por via oral, por meio de alimentos contaminados pelas fezes do barbeiro. Na fase aguda, os principais sintomas são dor de cabeça, febre, cansaço, edema facial e dos membros inferiores, taquicardia, palpitação e dor no peito e falta de ar.

Oportunamente, as Coordenações do Programa de Controle da Doença de Chagas e de Entomologia da Sespa tem orientado continuamente municípios sobre as principais espécies de barbeiros no Pará, os insetos transmissores da doença. Diante desse quadro, é importante que as pessoas e os profissionais de saúde estejam atentos em locais de maior risco.

“Houve mudança na visão da epidemiologia e aqui na Amazônia, a forma mais adequada de controle da doença é a detecção e o diagnóstico precoce. Também é importante que o profissional tenha noções básicas de investigação epidemiológica e vá a campo fazer o seu trabalho para evitar novos casos”, explica o coordenador estadual do Programa de Controle da  Doença de Chagas, Eder Monteiro.

Entre as recomendações à população, estão os cuidados para evitar a doença, como tapar buracos e rachaduras nas paredes, e manter higiene de lugares que podem servir de refúgio para o barbeiro. Caso sejam encontrados, não matar os insetos, mas levá-los vivos, para um Posto de Informação de Triatomíneo (PIT) ou para a Secretaria Municipal de Saúde, para que sejam encaminhados a laboratórios de entomologia para identificação e exame de infecção.

A Sespa observa também que junto ao pote, deve-se deixar o nome e telefone, para que posteriormente um agente de saúde possa dar retorno e repassar mais informações. “É fundamental que os municípios fortaleçam a vigilância do vetor (barbeiro) para monitorar a invasão dos insetos nas residências, controlar o processo de infestação e trazer a população para auxiliar no processo de prevenção, imprescindível para a redução da transmissão vetorial da doença”, explica Bárbara Almeida.

As orientações promovidas aos profissionais de Saúde e população, em geral, visam a queda do número de casos no Pará, visto que em 2019 foram 284 casos, seguidos de mais 231 no ano seguinte. Em 2021, os números da doença voltaram a crescer no Estado, com 270 novos casos.

Fotos: José Pantoja (Ascom/Sespa)